segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Em que estás a pensar?

Em que estás a pensar? - pergunta-me sempre o "Face".
Desta vez resolvi postar o meu pensamento, uma pequena anedota e paradoxalmente acerca do Face:

Hum..ora deixa cá ver...Tá bem, estou a pensar naquele caso:
- Olha, apaguei a minha conta do Face...
- Apagaste mesmo!!? perguntou-me um jovem amigo,na conversa..
-Sim, já `tava farto daquela página e ...botei-a abaixo...lixo, delete...estás a ver?
- Hei!!Tsss!! Perdeste todos os teus amigos!! - diz-me ele boquiaberto.
Eu abanei levemente a cabeça como quem se arrepende de ter feito algo mau e sorri-lhe tristemente. O pior é, que acho, que ele não percebeu porquê!

                                                                                        Rui Tó Magalhães

Subtil Violência

Violência - será que o ser humano é um ser naturalmente violento?
Segundo aqueles programas que dão na TV generalista e noutros canais, que continuam a dar pelo nome de Telejornais, vá-se lá saber porquê, mais adequado seria designarem-se por "Diário dos Crimes de Ontem" ou "Cobertura Jornalística Exaustiva de Criminosos e Políticos e... Bola"...se calhar, nalguns casos, a palavra políticos até se dispensava!
Parece que sim. Pelo menos, adoram saber de todos os actos violentos cometidos nas ultimas 24 horas antecedentes, por vezes na manhã do próprio dia, noticias fresquinhas! Assim assiste-se a um desfile de horrores (claro que só reflecte a realidade, mas poderia muito bem dar-se o contrário - um desfile interminável de boas notícias, se a curiosidade humana fosse naturalmente para aí  virada e, se para isso fosse um pouco "formatada"...
Mas não, para além disso à ainda a fabulosa ficção. Expliquemos: essas novelinhas com um  enredo, que se resume a violentas discussões, falcatruas, traições, planos maquiavélicos, raptos, assassinatos, etc, etc, que para desanuviar, nos valem logo após o "Telejornal do Crime" acabar. As acções e argumentos vão-se repetindo ao longo de dias, semanas, meses, mas com uma atenuante: é que geralmente são sempre os mesmos actores que nos entram pela "casa adentro" em discussões e berrarias, lembrando-nos, que afinal estamos perante "geniais obras de ficção", pois caso contrario não teriam tão vasta audiência em horário nobre!
Nota que um numero de audiências grande, assim como uma maioria qualquer, acerca de qualquer coisa, não define essa coisa como excelente ou boa - pelo contrário, geralmente algo que mais tarde se vem a destacar como "bom, inovador" para o "grande público" mainstream, teve a sua génese em terrenos mais "underground", onde as minorias se movimentam - elitismos aparte.
Mas aqui a questão é a manipulação consciente de bastidores para levar o grande público a pensar que gosta, e acaba por gostar mesmo, pois a repetição da formula é tal, que deixa de haver o mínimo de espírito critico e a isso chama-se embrutecimento ou deseducação  - não há mal nenhum em deixar-mo-nos envolver mentalmente num enredo qualquer, faz bem ao espírito e desperta a imaginação, mas quando o enredo é sempre o mesmo...
Vejamos, o "grande  público" gosta, ou pensa que gosta, ou está convencido que gosta, ou alguém o convenceu a gostar!... uma balela repetida vezes sem conta, pode muito bem passar a ser uma obra admirada por milhões, não é? Não,...que as pessoas não são tolas! Pois não, mas sem espírito critico, ficam indefesas para a formatação onde vai encaixar o conteúdo mais banal.

Como não sou nenhum extraterrestre (às tantas estes também não aparecem, para não perderem a novela da noite!),  e para falar sobre este assunto é porque já visualizei esses "reality shows",novelas e afins, transmitidos em horário nobre, pré-nobre e pós-nobre, (é incrível a repetição de cenas, e a extensão de alguns desses ditos),  punha-me a adivinhar pelo andar da carruagem, e comentava para a minha nina,que teria 7 ou 8 anos (começam desde muito pequeninos a ser formatados e é difícil inverter o processo, mesmo hoje em dia com a Internet, onde podemos fazer a "nossa própria programação", ao gosto de cada um... não, pelo contrário, ainda vão à net ver qualquer pormenor em detalhe, vezes sem conta, acerca do programa que estiveram a ver durante 4 ou 5 horas na "caixinha mágica").
 - Olha - profetizava eu - agora o mau vai aparecer e vai acontecer isto e aquilo...
Ela olhava para mim, depois para a TV e passado um pouco: - ó pai, como é que sabias o que ia acontecer? - Perguntava ela.
 - Se calhar porque não é a primeira, nem segunda vez que, desde há um mês atrás, isto vem a acontecer! Portanto se não fosse agora era amanhã ou para a semana ou pro mês que vem.
- Mas isto ainda não tinha acontecido..ripostava, ainda olhando-me como quem olha para um mágico que acabou de fazer o seu melhor truque.
- Não vês que estes dois actores ainda à pouco estavam a fazer o mesmo...
- Não!não vês que já é outra novela! A outra já acabou e eram as cenas do próximo episódio... Esta começou agora e depois desta é que dá ainda outra com estes actores...tsss, não percebes nada!

Pois é, quando uma cena tem grande medição de audiência, os actores são escolhidos para os mesmos papeis ou similares, contracenando sempre juntos. Assim, mesmo em diferentes histórias, a repetição é feita vezes sem conta e fica em "suspense", até à exaustão, quase eternamente...como para um bebé que depois de ver alguma brincadeira ou fazer uma coisa a que acha piada, quer que lha repitam vezes sem conta, achando sempre graça e nunca se cansando da repetição; pelo contrário: se a brincadeira acaba, fica frustrado e começa a chorar...
É mais ou menos a partir do conhecimento de factos como este e outros, que os entendidos, que estão por detrás dessas "patacuadas", se .baseiam para infantilizar, embrutecer e hipnotizar o "grande público", as maiorias - alguns milhões... a seguir um pequeno intervalo de 30 ou 40 minutos com publicidade exaustiva, estudada a preceito para aquele "público alvo", depois a frase:" telefone para o 000000, ligue já e muitas vezes..." o sucesso financeiro do programa está mais que garantido; vá lá,  se isso acontece então o programa é excelente. Não, só é excelente para quem mete o dinheiro ao bolso! E pronto...amanhã ou daqui a pouco há mais...Claro que há o tele-comando para mudar de canal ou desligar o aparelho, mas já de nada serve, pois falta o impulso, o querer, a vontade.
Ok, o pessoal precisa de se distrair, relaxar, não estar com este stress todo! Mas, mesmo que não quisesse ver mais nada na infame caixa mágica e pegasse nela e a queimasse, qual herege condenada à fogueira pela inquisição na Idade Média, não iria ter outro remédio senão pagar a taxa que vem junto à conta, no recibo da electricidade!
Eis uma das muitas formas de deseducar o espírito critico, manipular mentalidades e criar maiorias.
Subtil violência.
                                                Rui Tó Magalhães

Em que está a pensar?


Em que estás a pensar? - pergunta-me sempre o "Face".
Desta vez resolvi postar o meu pensamento, uma pequena anedota e paradoxalmente acerca do Face:

Hum..ora deixa cá ver...Tá bem, estou a pensar naquele caso:
- Olha, apaguei a minha conta do Face...
- Apagaste mesmo!!? perguntou-me um jovem amigo,na conversa..
-Sim, já `tava farto daquela página e ...botei-a abaixo...lixo, delete...estás a ver?
- Hei!!Tsss!! Perdeste todos os teus amigos!! - diz-me ele boquiaberto.
Eu abanei levemente a cabeça como quem se arrepende de ter feito algo mau e sorri-lhe tristemente. O pior é, que acho, que ele não percebeu porquê!

                                                                                        Rui Tó Magalhães

Violência Intitucionalizada

Ser humano. Um produtor de violência inato?
Então qual o peso da violência da "construção" ou destruição das sociedades humanas?
Ora é interessante pensarmos que o ser humano é o único, de todos os animais que existem na Terra, com a capacidade de destruir inteiramente o planeta em que vive. Há várias estatísticas acerca do arsenal atómico, que nos dizem que estamos equipados com stocks para destruir este e muitos mais mundos, caso estivessem por aqui à mão.E porquê? Eu não sei mas é coisa para pensar...
Existem, segundo os entendidos, vários tipos de violência, não só a violência física, que é aquela que nos vem à mente imediatamente,quando se trata deste assunto:
Assim, podemos começar por abordar um tipo de violência, sempre presente e que por vezes nem da-mos por conta dela, por ser tão constante que se torna "normalizada", mas não é por isso que é menos violenta.que outros tipos.
- Violência institucionalizada:
"toda a violência é institucionalizada,quando admitimos, explícita ou implicitamente que ela é natural e inevitável."
São casos de violência, que estão aí diariamente aos quais a gente se acostuma com eles. tanto nos acostumamos a esse tipo de violência que achamos que são naturais, inevitáveis, que não há nada a fazer. As diversas formas de opressão e controlo, as desigualdades sociais.
Muitas pessoas ao verem pessoas pobres, nas ruas, a procurarem comida em contentores do lixo, a dormirem chão,etc,começam a"naturalizar" isso não sentido nada perante o facto.
Umas pessoas privam, directa ou indirectamente o outro de ter acesso aos bens essenciais, à habitação, à comida, aos meios de sobrevivência como o trabalho,etc. Quando as pessoas, os indivíduos começam a achar isso "normal", temos uma violência que se institucionaliza!
Haverá maior violência do que privar um ser vivo, humano, dos meios mínimos, para que esse ser se possa sentir vivo e humano? Só se o privarmos da própria vida...

                                                                                    Rui Tó Magalhães

Felicidade "Inútil"

Boas festas e Feliz Ano Novo
Por falar em felicidade...para ser Felicidade, a felicidade tem que ser inútil...
Coisa para pensar:
Segundo alguns pensadores, entre os quais os que foram considerados os mais pessimistas em relação a estas reflexões sobre a vida, dizem-nos que esta (a vida), merece ser vivida, que a vida é algo espectacular, mas... há dois grandes problemas!
O que atrapalha muito, este viver bem a vida e ser feliz, são duas questões: O divertimento/desejo e o tédio/enfado!
E o que seria então o divertimento? O divertimento teria haver com o desejo - assim pode resumir-se em três estágios:
1 - Deseja-se o que não se tem.
2 - Consegue-se adquirir o que se desejou.
3 - Possuindo agora o que queríamos, deixamos de o desejar.
A seguir, volta a desejar-se outra coisa que ainda não temos e o processo continua.
Lá vamos com alguns sacrifícios, conseguindo pequenas alegrias e momentos de tristeza.
Assim o divertimento varia entre o que se deseja,o que se tem, e o que de novo se volta a desejar.É a lógica do saco sem fundo, da insaciabilidade. Faltará sempre uma outra coisa, mais e mais.
Parece difícil conseguir alguma felicidade por aqui. No máximo alguns prazeres.
Agora a outra questão: o tédio o enfado.
Estes são caracterizados por uma rede de utilidades!
É verdade, que sempre se ouviu que o útil, é tido como bom e o inútil é tido como mau.Não?
No entanto veja bem: quando alguma coisa é útil, o seu valor está sempre fora dessa mesma coisa.
Vejamos:
Um veículo é útil porque permite o deslocamento para um lugar em que vai precisar estar; o primeiro ciclo é útil para chegar ao segundo ciclo, este é útil para chegar ao secundário, este é útil para chegar à universidade, esta é útil para arranjar emprego, este é útil para ganhar dinheiro, este é útil para nos ajudar, entre muitas outras coisas úteis, a satisfazer as nossas carências, desejos,prazeres, etc....que por sua vez são úteis para, ..
para: SERMOS FELIZES!!!
A seguir então perguntaríamos: "Sermos felizes para quê? Com que utilidade?...Ora aí esta o fim das perguntas e das utilidades!!
A Felicidade é completamente inútil, pois o seu valor reside nela própria, o seu valor não está fora dela, nem serve para algo que não seja ela própria,(em cada um de nós, de modo diferente, do nosso modo), tem valor intrínseco!
Assim se um dia alguém lhe chamar "inútil", não fique triste ou chateado, estão-lhe só a dizer, que no seu caso, raríssimo no mundo de hoje, você vale por si só, por aquilo que é; o seu valor está em si mesmo, em si próprio...assim como a felicidade, que por definição é inútil, pois tem que ser inútil e ter valor por si mesma.
Quantas mais coisas "inúteis", com valor intrínseco, encontrarmos nesta vida, mais hipótese temos de ser felizes!
Coisas para pensar!
                                                       Rui Tó Magalhães

quarta-feira, 2 de março de 2011

Frases de Sabedoria

  • A timidez é uma condição alheia ao coração, uma categoria, uma dimensão que
desemboca na solidão

  • Uma ideia é um ponto de partida e mais nada. Logo que começa a elabora-la, é
transformada pelo pensamento

  • As desculpas não se pedem, evitam-se
  •  A Arte é a mentira que nos permite conhecer a verdade 
  • Ser contra um movimento é, ainda, fazer parte dele
  •  Que a inspiração chegue, não depende de mim. A melhor coisa que posso fazer é que quando chegar me encontre a trabalhar
  •  Ausências causam esquecimentos
  •  Quando queremos realmente algo, o Universo todo conspira para que realizemos o
            nosso desejo
  •  De que adianta temer o que já aconteceu? O tempo do medo, da timidez, da indecisão e da insegurança já passou, agora, começa o tempo da esperança, o tempo de fazer, o tempo da coragem, o tempo da concretização 
  •  A possibilidade de realizarmos um sonho, é que torna a vida interessante

  • As coisas mais simples são as mais extraordinárias e mais difíceis de ver; só os Sábios
conseguem vê-las.

  • OS SONHOS DEVEM SER DITOS PARA SE COMEÇAREM A REALIZAR. Como qualquer projecto precisam de uma estratégia  para serem alcançados. O ADIAMENTO desses Sonhos, DESAPARECERÁ COM O PRIMEIRO MOVIMENTO.
  •  Não há VIDA sem CORRECÇÃO, SEM RECTIFICAÇÃO
  •  Quando alguém encontra o seu caminho, precisa de ter CORAGEM SUFICIENTE PARA DAR OS PASSOS CERTOS E OS ERRADOS. As decepções, as derrotas, o desânimo, são algumas das ferramentas que Deus, a Natureza, o Universo utilizam para nos mostrar o caminho...
  •  Saímos pelo Mundo em busca dos nossos Sonhos e Ideais; por vezes colocamos nos lugares inacessíveis, o que está ao alcance das nossas mãos!
  •  Viver é correr riscos
  •  Um bom chefe ou líder, faz com que pessoas comuns, façam coisas fora do comum
  • Existe o risco que jamais se pode ou deve correr e existe o risco que não devemos deixar de correr
  • Não nos devemos deixar sufocar pela necessidade nem pela abundância, sejam material ou espiritual. 
  • Ter muitos meios, ideias, sonhos, não é o mais importante; importa é saber utilizar  produtivamente  alguns dos que se têm.
  • Tudo quanto vive hoje, provem do que morreu ontem.
  • Meia idade é quando se pára de criticar os mais velhos e se começa a criticar os mais novos!
  • O que faz andar um barco não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê;
  • O que faz um bom trabalho e a perfeição não é a obra acabada, é o trabalho que ficou para trás até a dar por terminada. 
  • O Sonho do "normal", é a realidade do "louco".
  •  Nada mais chato e desvalorizante, que chegar a um objectivo num instante
  •   Se queres destruir um Homem, dá-lhe um trabalho inútil e desnecessário.
  •  Não basta ter ideias e um bom espírito, o mais importante é concretiza-las e aplica-lo bem
  • Transformar artistas e escritores em funcionários públicos significa, praticamente, proibi-los de criar. A arte não é um livro de ponto. Se passa a constituir uma obrigação, um dever, deixa de existir. *                                                                                                                                       
  •  Deus nos dê o sábio para nos ilustrar, o santo para nos edificar, o homem prudente para nos governar.*
  • A ponderação, o sentido das oportunidades, o equilíbrio, a independência, a firmeza temperada de maleabilidade, o conhecimento dos homens e das suas paixões, o dom  de "adivinhar" a consciência pública e prever o encadeamento dos factos políticos e  sociais, a entrega completa ao bem comum, são os dotes necessários a um bom  governante.*
*In “O Diário de Salazar”, p.106-130 (1935-1938)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O Bairro do Sol Nascente - a Digressão

Naquele tempo, no Bairro do Sol Nascente, havia imensas crianças que se juntavam na rua para mais um dia de brincadeiras. Por vezes vinham equipados com acessórios que conseguiam surripiar das arrumações de suas casas: Cordas, facas, machadinhas, pressões de ar... um verdadeiro arsenal de guerra! As "armas",por eles construídas como: arcos de pau de zimbro com flechas de hastes de sombreiro, ou de pau com ponta de ferro aguçada, rebuscada nos desperdícios do Sr. Daniel, o ferreiro, lanças de pau de vassoura com as tais pontas aguçadas, presas com tiras de borracha de câmaras de ar... Perigosíssimos estes "brinquedos", como se viria a constatar nalguns incidentes que viriam a acontecer nas suas aventuras e digressões através dos arredores do bairro, dos bairros vizinhos e quando encetavam saídas para destinos mais distantes que exigiam serem combinadas no dia anterior onde se decidia quem podia ir, quem era o chefe do grupo, e qual o destino e trajecto a percorrer. Por vezes chegavam a caminhar até à aldeia mais próxima, a cerca de cinco quilómetros, galgados por caminhos e trilhos através dos montes, nunca por estradas ou caminhos principais!
Naquela manhã de domingo, ainda o sol não ia muito alto quando a "canalhada" se começou a ajuntar em frente à casa do Rui....

(continua...)